domingo, 15 de junho de 2008

Uma paixão que se tornou um Tabu!

Brokeback Mountain - 2005 - Estados Unidos

Baseado no livro de Annie Proulx, o roteiro de O segredo de Brokeback Montain foi publicado por uma revista Nova Iorquina, em 1997. Larry McMurtry e Diana Ossana o fizeram nos anos 90, mas não conseguiam terminar por falta de financiamento no projeto. Desse longo e demorado roteiro, veio a aceitação em filmar, para isso nada melhor do que ser dirigido por um cineasta Chinês (Ang lee), que pela sua história de audivisuais, amam usar e abusar da fotografia, das cores e principalmente da nostalgia.

Com iluminação e trilha sonora ousada, o cenário foi escolhido para ser o local de uma paixão gay, entre o tabu de dois cowboys extremamente "machos" e ativos socialmente. Jack Twist (Jake Gyllenhaal) e Ennie Del Mar (Heath Ledger) se tornam colegas de trabalho, amigos e amantes. Amor esse que não terminava ao longo dos anos que os separava.

Sem duvida nenhuma uma linda história de amor, se tratando de dois homens. O preconceito em cima de homossexuais naquela época em um meio rural era muito grande. Tanto é que um dos personagens não consegue se aceitar, mesmo amando o outro. Podemos ver que na maioria das histórias românticas entre homossexuais acaba em desgraça. Nesse longa, Jack morre assassinado, a mando da mulher Lureen Newsome Twist (Anne Hathaway), e o parceiro Ennie fica "viuvo".

É comprensivel pensar que um casal homossexual não possa viver feliz se tratando de um filme direcionado para o público em geral, que acreditam que isso é uma ofensa aos bons constumes. Pode se pensar também que naquela época essas situações eram menos aceitas, já que a religião bate com enorme força contra esse tipo de relação. Também tem a hipótese de que a autora da história já viveu situação parecida, e a forma dela se sociabilizar navamente foi dificil, por isso construiu um romance interligando seus sentimentos e atitudes.

O preconceito tratado de forma sutíl e romantica é melhor aceito, já que a ideologia héterossexual não vê os homossexuais como normais, mas sim como aberrações, pervertidos, tarados, sem escrupulos, muitas vezes sem carater, sem carinho e extremamente sexuais. Conceito esse que foi montado para controlar a população a favor de alguma causa.

Esse discurso de que o homem foi feito para procriar com a mulher, é trazido a tona na história de amor entre Ennis e Jack. O beijo de reencontro entre eles é um belo exemplo, já que os dois interpretaram a paixão de uma forma sentimental e não carnal. Isso fez com que a MTV Movie Awards os premiasse como o melhor na categoria Melhor Beijo. Situação que criou embaraço para os tradicionalistas, mas trouxe a liberdade pela Music Television.

Brokeback Montain teve uma grande aceitação por parte dos espectadores e da crítica, ganhou 16 prêmios, entre eles 4 Globos de Ouro (Melhor Filme de drama, Melhor Canção original, Melhor Diretor e Melhor Roteiro) e 3 Oscars (Melhor Diretor, Melhor Trilha Sonora e Melhor Roteiro Adaptado).

A filmagem rendeu bons frutos para os atores e uma esperança para os homossexuais, pois nela é retratada a conquista, o comportamento, o carinho e a paixão entre pessoas do mesmo sexo. Atitudes reprimidas a milhares de anos por manuscritos e dogmas da religião e do moralismo.

Comentários do Autor:
Crítica feita sobe encomenda (rs) para o site do Festival Nacional de Videos Universitários. Ele é antigo, mas é uma otima opção para assitir um belo filme de drama.

6 comentários:

Dauri Batisti disse...

Sim, uma boa opção. As realidades humanas, todas, merecem um olhar de atenção e respeito.

Unknown disse...

Otáviooooooo!
Que maravilha de texto!
Parabéns meu querido, fantástico.

Beto Mathos disse...

"Brokeback Mountain" é, acima de tudo, um dos mais belos romances já produzidos por Hollywood. Embora triste, é real, tem cores fortes, trilha impecável, atuações inesquecíveis e este seu comentário escrito com muita clareza, razão e sensibilidade.
Parabéns!

Cidiana Pellegrin disse...

Amigooooooooooo!!! saudades de vc...pensa na correria aki, nem da tempo de falar c vc no MSN...tenho novsss....bjoks

Anônimo disse...

Não tem como um gay falar de brokeback sem estar carregado de emoções. Quando assisti ao filme, estava com uma prima e uma amiga, ninguém se lembra da última vez que minha prima chorou, (ela é muito seca), mas, o segredo da montanha a fez estremecer, não chorou mas ficou triste pelo final de um romance gay. Enquanto eu e minha amiga chorona, chorávamos, minha prima estava com cara de velório. Pensei... um romance dramático que causa pesares em gabi, deve ser e é, um filme que não será esquecido. Amei seu comentário, sua linha de militante gay é interessante. bjssss...

Dauri Batisti disse...

Ae, não vai atualizar o blog não?
Um abração!

Tudo de bom.